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s/he is her/e apresenta uma série de pinturas sobre ecrãs de projecção – material inapropriado, em princípio, para receber uma única imagem, estática, fixada. Estes objectos, de certa maneira directos e imperativos, nunca deixam, porém, de trabalhar a nossa memória: porque os ecrãs (onde vemos filmes, diapositivos, apresentações de Powerpoint) estão, por definição, associados a uma determinada temporalidade, que implica recordação e antecipação; porque, à medida que atravessamos a exposição, vamos estabelecendo relações entre imagens, e entre imagens e palavras – Ana Jotta, recorrendo a palíndromos e anagramas, alerta constantemente para a polivalência da linguagem. Para a eleição deste objecto não deve ter sido alheia a facilidade com que ele se presta a jogos de linguagem, já que nele é tão provável encontrar palavras e imagens, ou uma mistura das duas coisas. Ana Jotta trabalha muitas vezes com palavras. Acumula frases como quem colecciona objectos. Também se apropria de muitos objectos. Alguns daqueles que se encontravam no atelier da artista compõem agora uma parte da exposição que a própria denominou como “notas de rodapé”. Como no caso dos ecrãs, misturam figuração, academismo e decoração, convocando referências aparentemente tão distintas quanto, entre muitas outras, filmes de animação, androginia punk, pinturas de salon e grafitis.

O projecto de exposições para o Espaço Fidelidade Mundial Chiado 8 Arte Contemporânea, que apresenta agora a exposição de Ana Jotta, irá desenrolar-se até ao final de 2008, englobando catorze exposições individuais de artistas portugueses. A escolha dos artistas não se rege por critérios geracionais nem privilegia um determinado medium. O projecto tem a intenção de dar a conhecer a um público alargado o trabalho de artistas que se destacam pela singularidade e com os quais esse público não está necessariamente familiarizado. Na sua maioria, as exposições irão apresentar trabalhos inéditos e, em diversos casos, pensados especificamente para o espaço expositivo. Não se exclui a hipótese de incluir obras que já foram expostas noutras situações, embora sujeitas na sua apresentação às necessárias adaptações às especificidades desse espaço. A identidade do projecto não decorre de qualquer orientação programática previamente definida, mas antes da combinação de todas essas escolhas e das obras apresentadas. Cada exposição será acompanhada de um pequeno catálogo e, no final de 2008, será editado um catálogo de todo o projecto.

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