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#Slow #Stop … #Think #Move

Curadoria: Ana Anacleto

No contexto da sociedade contemporânea que define a nossa vivência diária, habituámo-nos a verificar – e necessariamente a conviver – com uma ideia de aceleração de ritmo proporcionada pela urgência da produtividade. Somos impelidos a acelerar, para poupar tempo, perante a promessa da conquista de mais tempo. Na realidade, a percepção desta aceleração não é tanto uma determinação apriorística, mas antes uma consequência da desvalorização desse mesmo tempo. Momentos instantâneos (cada vez mais curtos) sucedem-se ininterruptamente, devorando-se, devorando e devorando-nos, sem que a eles consigamos associar relevância ou pertinência e, cada vez menos, a possibilidade de constituição de memória.

A exposição “#Slow #Stop … #Think #Move” propõe-se como um ensaio, em torno da possibilidade de contrariar o tempo hegemónico. Concebida em duas partes interdependentes e sucessivas (primeiramente na Fidelidade Arte e, depois, na Culturgest Porto) propõe debruçar-se tanto sobre a condição processual da própria curadoria quanto sobre a sua dimensão reflexiva, com o propósito de investigar a possibilidade de lhes aplicar outras durações e temporalidades. A incorporação de uma prática assumidamente desacelerada e o estabelecimento de um compromisso para com uma investigação em torno dos mecanismos da atenção, da percepção e da cognição, marcam formal e conceptualmente a exposição.

Para a primeira parte da exposição procurou-se uma aproximação às ideias revolucionárias de desaceleração, de abrandamento ou mesmo de paragem (invocada ou forçada), permitindo – através da apresentação de um conjunto heterogéneo de obras – a constituição de salas-ambiente e proporcionando uma possibilidade de relação lenta e desacelerada, recuperando assumidamente uma ideia de contemplação.
Nas quatro salas que constituem o espaço da Fidelidade Arte, em Lisboa, apresentam-se obras de Ana Jotta, Ana Santos, António Dacosta, António Júlio Duarte, Armanda Duarte, Fernando Calhau, Francisco Tropa, Isabel Carvalho, Isabel Cordovil, Jonathan Monk, Julião Sarmento, Luís Paulo Costa, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Mattia Denisse, Michael Biberstein, Paulo Brighenti, Sol Lewitt, Tiago Baptista e Vasco Barata.

A partir de uma selecção de obras inteiramente distinta da primeira, a segunda parte da exposição (a acontecer em Junho de 2023, na Culturgest Porto) dará continuidade a esta reflexão, procurando debruçar-se sobre as ideias de pensamento, de movimento e de acção, num contexto de promoção da ausência, do deslocamento e do retorno a determinadas práticas que implicam uma atenção também ela demorada, dirigida e presente.

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