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Augusto Alves da Silva e João Queiroz têm vindo a utilizar diferentes suportes para o seu trabalho: João Queiroz (Lisboa, 1957) dedica-se ao desenho e à pintura e Augusto Alves da Silva (Lisboa, 1963) tem-se afirmado como fotógrafo, por vezes utilizando também o vídeo.

Em ambas as séries de obras que são apresentadas existe um elemento comum, ou aparentemente comum: as imagens pictóricas e os desenhos de João Queiroz bem como as fotografias de Augusto Alves da Silva representam paisagens como muitas vezes sucede nas obras destes artistas. No entanto, analisadas com um pouco mais de cuidado, torna-se evidente que o seu foco, o seu assunto, se situa noutro local. Se a paisagem é, desde o dealbar dos tempos modernos, um discurso visual sobre a organização do mundo, estas imagens são muito mais sobre a nossa forma de estruturarmos a nossa compreensão do real. Nem as imagens de João Queiroz partem de um qualquer campo visível do mundo, nem a beleza da organização territorial dos Açores interessou particularmente a Augusto Alves da Silva. O primeiro trabalha sobre a nossa perceção dos acidentes do campo visível, sobre a forma como hierarquizamos a nossa visualidade a partir da própria estrutura do nosso corpo, já que categorias como cima e baixo, frente e costas – a partir das quais lemos o espaço – são, afinal, projeções da nossa vivência corporal.

Augusto Alves da Silva tem exposto em museus nacionais e no estrangeiro, entre os quais o Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu de Serralves, Centro Nacional Reina Sofia (Madrid), Chisenhale Gallery (Londres). As suas obras têm vindo a ser colecionadas por várias instituições, entre as quais se contam a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Fundação PLMJ, Fundação Helga de Alvear, Fundação de Serralves e, naturalmente, Fundação António Cachola.

João Queiroz tem exposto nas mais representativas instituições portuguesas, tendo realizado uma significativa retrospetiva do seu trabalho em 2011 na Culturgest, tendo também sido objeto de exposições no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa.

A sua obra encontra-se representada em coleções institucionais, nomeadamente na Coleção Moderna da FCG, na Coleção da Caixa Geral de Depósitos, na Coleção da Fundação de Serralves, entre outras.

O ciclo de mostras da Coleção António Cachola em exposição no chiado8 resulta de um protocolo entre a Fidelidade – Companhia de Seguros e o MACE, que compreende a apresentação, entre 2015 e 2017, de oito exposições da Coleção António Cachola, com curadoria de Delfim Sardo. As exposições, serão individuais, ou de confronto e diálogo entre obras e artistas (como a exposição agora inaugurada) procurando refletir novas visões sobre a coleção, constituindo também uma forma de observação da arte produzida por artistas portugueses contemporâneos.

Esta exposição vai ter lugar entre 16 de Janeiro a 24 de Março de 2017 e a entrada é gratuita.

Galeria Chiado8 Arte Contemporânea
Largo do Chiado, nº 8
Lisboa

Horário: De segunda a sexta-feira; das 12.00h às 20.00h

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