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O Espaço Fidelidade Chiado 8, Arte Contemporânea acolhe, desde dia 17 de Novembro, a exposição: O Encontro, por Carolina Piteira, no âmbito do projeto ‘As Artes e as Marcas’, criado para celebrar 30 anos de carreira de Carlos Coelho e Paulo Rocha, fundadores da Ivity Brand Corp. Um dos objectivos da exposição passa por assinalar a importância das marcas na economia.
A exposição vai estar patente no Espaço Fidelidade Chiado 8 de 17 de Novembro de 2015 a 20 de Janeiro de 2016 com entrada gratuita.

Com as receitas da venda das obras de arte do projeto as Artes e as Marcas, Carlos Coelho e Paulo Rocha pretendem constituir um fundo que permita apoiar projectos alinhados com as características do país e que, pelas artes, contribuam para uma economia mais criativa.

Carolina Piteira afirma a sua personalidade em 18 obras inspiradas em algumas das mais icónicas marcas de Portugal. O resultado é uma grande história de histórias que se interligam e que não pode perder.
A artista pinta sem receio sobre um dos temas mais repudiado pelas artes. Ao longo de um ano fez um exercício de representar, não só, a dimensão pública das marcas como também a sua própria visão como artista. Foi esta visão e a experiência em si que fomos procurar conhecer na entrevista com Carolina Piteira.

1. Como é que foi responder a este Encontro entre “as artes e as marcas”?
Foi um desafio! Um projecto completamente diferente daquilo a que estou habituada. A ideia de pegar num tema que pode ser assustador ou tabu para alguns artistas é que me motivou! Sair da zona de conforto, desafia-me, motiva-me.

2. Teve liberdade total na abordagem às marcas?
Sim! Era absolutamente necessário! Precisava desse ponto de partida, desse olhar livre de preconceitos para depois poder fazer aquilo que eu quisesse, o que sentisse. A razão não fazia parte deste projecto, mas sim a emoção.

3. Algum episódio curioso a destacar?
Passaram-se vários episódios curiosos, ou até mesmo, especiais. Posso destacar um: Estava sentada num muro de uma Igreja quando encontrei aos meus pés um pedacinho de madeira, que imediatamente percebi que era para mim.
Acredito que foi posto à minha frente com um propósito e guardei-o até saber que caminho lhe iria dar. Hoje, esse pedacinho de madeira está no quadro do BIC, pintei o seu interior de dourado que representa a riqueza, a riqueza da Natureza.
Todas as decisões que tomo na pintura são muito pouco racionais, ou sinto ou não sinto. E é assim que vou andando.
Sinto que todos os quadros tiveram momentos especiais. Agora à distância, quando olho para o meu trabalho, sei o que vivi em cada pincelada, que música ouvi, quais foram os meus pensamentos, o que dei à minha obra e o que recebi em troca. E esta é a riqueza da pintura.

4. Houve alguma marca que tenha sido mais desafiante pintar?
Todas foram um desafio! Cada quadro é uma história por si só.
Um dos grandes desafios desta exposição foi encontrar as texturas certas para cada pintura. Todas as marcas inspiravam materiais diferentes; no caso do Navigator, senti a necessidade de usar papel; no BIC madeira, por causa do embondeiro; no quadro da Delta, café.

5. O que destacaria desta experiência?
Quando olho para os meus quadros já expostos na Galeria do Chiado 8 vejo um ano de trabalho intensivo. Vejo muito mais para além das tintas e das texturas que dão cor e forma às pinturas, vejo centenas de horas de erros e experiências no meu estúdio. Vejo momentos de frustração e momentos de pura alegria.
Estes quadros são muito mais do que uma experiência, são um pedaço da minha alma e um ano da minha vida.

6. Uma das marcas representadas é a Fidelidade. Como é que se inspirou para pintar esta marca?imagem
“Loyalty I” e “Loyalty II”
Os Serras da Estrela, cães de raça portuguesa, foram escolhidos como personagem principal da minha história por terem sido a 1ª raça de cães a representar a Fidelidade em 1835. Os Serras da Estrela são animais lindos, imponentes, eu diria mesmo, majestosos! Pintar um Serra da Estrela já era por si um desafio, mas eu queria ir um pouco mais longe, e conseguir captar o olhar de fidelidade que estes cães têm para com o seu dono. Eu queria pintar um sentimento. A fidelidade e o amor imensurável que existe entre um animal e o seu dono foi para mim a inspiração para este trabalho.
Quando pinto um quadro, ele tem que ser verdadeiro: a história tem de fazer sentido. Lembro-me perfeitamente do dia em que visitei a Casa de Lôas, em que a criadora dos Serras da Estrela, simpaticamente, me abriu as portas de sua casa. A senhora apresentou-me os animais mais maravilhosos que eu já vi. Eu estava perdida! Feliz! Aliás, eu estava tão entusiasmada que quase me esquecia da razão que me levou ali.
Não era simplesmente para fotografar um Serra bonito ou um bom exemplar da raça, era captar um sentimento, um olhar que é único entre um cão e o seu dono.
“Desculpe, quem é o dono do Onix?”- perguntei
“O meu filho mais novo…”
“Pode chamá-lo por favor? É que eu preciso do seu filho tanto como preciso do cão.”
E foi esse olhar, esse olhar verdadeiro, fiel, que eu representei na minha pintura.

Mini CV da artista Carolina Piteira
Nascida em 1990, em Lisboa, vive e trabalha em Londres.
Frequentou a Universidade de Belas Artes de Lisboa e a University of East London.
Algumas exposições:
2016 PERIPLOS – Arte Portugués de hoy, CAC Málaga, Espanha
2015 The Encounter, Chiado 8 Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal
2015 Artis2015, Galeria Casino Estoril, Portugal
2014 Curtain Falls, Degree Art Gallery, Londres, Reino Unido (individual)
2014 Behind the Red Curtain, Eight Members Club Gallery, Bank, Londres, Reino Unido (individual)
2010 The Blue & Green, The Lake Resort Gallery, Algarve, Portugal (individual)
2014 Embaixadora “Portugal Sou Eu”

Dias úteis, das 12h00 às 20h00

Entrada gratuita

Chiado 8

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